E lá se vão seis meses desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil. Nesse período de quarentena, muitas famílias passaram a ficar mais tempo juntas em casa, e alguns “efeitos colaterais” dessa convivência mais intensa começaram a surgir, como os distúrbios do sono. As reclamações sobre familiares que sofrem de ronco e apneia cresceram, como é possível verificar com o aumento da telemedicina para exames do sono em casa.
Há muitas causas subjacentes aos Distúrbios Respiratórios do Sono. As mais comuns são respiração bucal crônica, tônus inadequado da musculatura das vias aéreas superiores, obesidade e desenvolvimento deficiente dos maxilares.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30. No Brasil, essa doença crônica aumentou 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018.
A pandemia da Covid-19 trouxe um relato muito comum nas conversas do dia a dia: dificuldades para dormir. Esses distúrbios do sono podem ser uma das explicações para o registro de aumento de 236% nos exames Biologix este ano. O diferencial da Biologix é que o paciente não precisa ir até um laboratório, sendo monitorado em sua própria casa.
Dormir não é um luxo, é antes uma necessidade fisiológica essencial à nossa saúde e à nossa sobrevivência. O sono, quando com qualidade, é essencial para reparar a energia gasta durante o dia. É durante o sono que ocorrem diversos processos metabólicos, através dos quais o corpo se recupera e se desenvolve.
Por Dr. Geraldo Lorenzi Filho
A Medicina do Sono é uma área de atuação de várias especialidades, incluindo neurologia, otorrinolaringologia, pneumologia, psiquiatria e clínica geral, que abraça muitas especialidades, como cardiologia, endocrinologia e geriatria. Os distúrbios do sono são extremamente comuns, e não existem especialistas suficientes nessa área. Com o exame da Biologix, o médico não especialista em sono, pode facilmente incorporar o diagnóstico de apneia do sono em seu consultório.
Apneia obstrutiva do sono (AOS) é um problema que afeta a respiração de algumas crianças durante o sono. Obstrução é um bloqueio na passagem de ar para os pulmões. Apneia quer dizer uma parada na respiração por pelo menos 10 segundos. Uma criança (ou adulto) com apneia obstrutiva do sono tem momentos durante o sono quando o ar não consegue passar pelas vias aéreas superiores e chegar até os pulmões.
O estado emocional provocado pelas circunstâncias envolvendo a pandemia da Covid-19 está aumentando os casos de distúrbios do sono, o que requer mais atenção e cuidado em relação à saúde.
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é extremamente comum. Em um estudo feito na cidade de São Paulo, com mais de 1000 adultos representativos da cidade de São Paulo, estimou-se que 33% tem AOS. Apesar dos sintomas clássicos serem ronco alto e sonolência diurna, muitos pacientes com AOS não apresentam uma queixa específica. O reconhecimento da AOS é difícil, principalmente no paciente que vai ao seu consultório por uma queixa pulmonar não relacionada. As questões de sono passam facilmente desapercebidas. Qualquer paciente que entre no consultório, quer seja por asma, DPOC ou síndrome gripal, faz parte da população geral e já tem alta probabilidade de ter AOS, independente da história clínica. A verdade não só brasileira, mas mundial, é que a maior parte dos pacientes seguem sem diagnóstico e sem suspeita diagnóstica.
Por Dr. Bruno Caramelli
Os distúrbios de sono compreendem condições clínicas capazes de interferir negativamente de forma sistêmica sobre o organismo, em especial sobre o sistema cardiovascular. As consequências não se limitam somente ao período em que estamos dormindo, incluem também o período da vigília, comprometendo a qualidade de vida e contribuindo para o surgimento de muitas doenças. A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um transtorno crônico e representa a síndrome mais conhecida e mais importante entre os distúrbios do sono. A AOS é frequentemente subdiagnosticada ainda que tenha sido demonstrada sua relação com eventos e mortalidade cardiovasculares.