O sono reparador é essencial ao bem-estar. Muitas doenças podem ter sua origem ou agravamento devido aos diversos distúrbios do sono existentes. Um dos mais prevalentes é a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) caracterizada por paradas respiratórias que acontecem diversas vezes durante o sono.
Desde o início da quarentena imposta pela pandemia de Covid-19, têm crescido no Brasil os relatos de quadros de ansiedade e distúrbios do sono. Essa preocupação com a qualidade do sono está levando não só médicos, mas muitos dentistas a recorrerem ao monitoramento digital por oxímetro para avaliar e acompanhar o tratamento de casos de ronco e apneia obstrutiva do sono.
A fonoaudiologia e o sono possuem uma relação mais antiga do que se conhece. Desde o final da década de 90 e início dos anos 2000, os profissionais da área de motricidade orofacial, já observavam a relação entre as alterações das estruturas e funções do sistema estomatognático nos indivíduos roncadores e com apneia obstrutiva do sono. Alguns trabalhos publicados nesta época já citavam alterações como: aumento do volume lingual tanto lateralmente como longitudinalmente, aumento da altura do dorso de língua e denteamento de suas bordas, véu palatino e úvula alongados, hiperemiados e edemaciados além de alterações funcionais da mastigação e da deglutição. Entretanto, somente a partir de 2009, com um trabalho publicado na American Journal of Respiratory and Critical Care intitulado “Efeitos dos exercícios orofaríngeos em pacientes com apneia obstrutiva do sono moderada”, com grande repercussão internacional que a fonoaudiologia se consagrou como uma possibilidade de tratamento em pacientes com apneia obstrutiva do sono.
Atualmente o fisioterapeuta tem atuado de diversas maneiras na área do sono, tanto na prática clínica quanto na pesquisa.
De forma prática, ele pode atuar na educação social, conscientizando as pessoas em relação à importância do sono e de suas funções bem como sobre o impacto negativo da privação de sono, além de fornecer orientações posturais e de higiene do sono que irão proporcionar um sono reparador e assim contribuir para a promoção de saúde da população.
Segundo a Scientific American, “pelo menos metade das crianças com autismo luta para adormecer ou continuar a dormir, e pesquisas com os pais sugerem que o número pode exceder 80%. Para crianças típicas, os números variam de 1 a 16%”.
Atualmente, nós sabemos que o sono depende de um complexo mecanismo, que envolve muitas estruturas encefálicas e muitos neurotransmissores. Sabemos também, que a privação de sono (dormir pouco ou menos que o necessário) tem efeitos graves sobre o funcionamento cerebral, hormonal e sobre o comportamento humano.
Moradores da comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, infectados pela Covid-19 estão recebendo uma atenção especial para monitorar seu quadro clínico. O trabalho conjunto entre a startup Biologix e o Instituto Israelita de Responsabilidade Social do Einstein, com uma solução para acompanhamento médico remoto, está garantindo um melhor resultado no cuidado de pessoas que estão em isolamento na comunidade.
Ao longo do processo de envelhecimento, ocorrem mudanças psicológicas, sociais e físicas. Nas mudanças físicas destaca-se o padrão de sono por estar entre as mais frequentes queixas dos idosos. Mudanças relacionadas à velhice podem ser observadas em diversos níveis da arquitetura e qualidade do sono. Observa-se que, em grande parte desta população, a eficiência do sono e o sono de ondas lentas diminuem; os despertares após início do sono aumentam e há dificuldade para adormecer novamente; os idosos tendem a acordar e levantar mais cedo; necessitam de cochilos breves durante o dia; e, ainda, um aumento do uso de medicações. Em adição, transtornos do sono apresentam-se com alta prevalência entre a população idosa, principalmente insônia, síndrome da apneia do sono e parassonias, como a síndrome das pernas inquietas e os movimentos periódicos das pernas.
A influência do sono sobre seu desempenho no trabalho
Saiba as consequências de uma noite mal dormida
Quando nos sentimos improdutivos e cansados, fica difícil realizar as tarefas com eficiência. Quem nunca sentiu os efeitos de uma noite mal dormida? Cansaço, raciocínio lento, queda na produtividade e enxaqueca podem não só atrapalhar o foco como incapacitar o colaborador. A falta de repouso é também a porta de entrada para vírus e bactérias que abaixam a imunidade do corpo. Para se ter uma ideia, pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 40% da população mundial não dorme como gostaria.
Os distúrbios do sono provocam diversas consequências na vida das pessoas por diminuir sua produtividade diária, aumentar os riscos a adquirir distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de problemas de saúde, riscos de acidentes de tráfego, absenteísmo no trabalho, enfim, por comprometer a qualidade de vida, com diferentes desdobramentos a curto, médio e longo prazo.
Está cada vez mais comum casais dormirem separados de acordo com a 5ª Pesquisa Anual sobre o sono publicada no relatório “Wake Up Call: Global Sleep Satisfaction Trends”, realizado pela Royal Philips e divulgada em março de 2020. 36% das pessoas entrevistadas afirma que dorme separado de seu parceiro para tentar melhorar a qualidade do sono.